ECONOMIA YOLO MUDA PERFIL DO MERCADO DE TRABALHO AO REDOR DO MUNDO

ECONOMIA YOLO MUDA PERFIL DO MERCADO DE TRABALHO AO REDOR DO MUNDO

Movimento que surgiu nos Estados Unidos aponta que a geração millennial está “pedindo as contas” priorizando novos propósitos profissionais no pós pandemia

A área de RH das empresas vem passando por inúmeras transformações e nos próximos meses a tendência é acentuar, principalmente quando o funcionário for um millennial. Isso porque, existe uma tendência cada vez maior dessa geração, que nasceu após o início da década de 1980 até, aproximadamente, o final do século, de repensar o estilo de vida e o lado profissional, que vem se acentuando ainda mais depois da pandemia.  

A tendência já se nota nos Estados Unidos e, segundo os especialistas, pode vir a ser global. Especialistas batizaram esse movimento de “economia YOLO”. A sigla, em inglês, quer dizer “you only live once”, ou seja, “você só vive uma vez”. E, em função disso, muitos estão pedindo as contas para viver como acreditam.

Para Jorge Martins, CEO da Bullseye Executive Search, empresa especializada em recrutamento e seleção de carreiras, esse movimento é uma resposta à valorização da vida e do próprio trabalho. “Com a pandemia, as pessoas começaram a se questionar sobre valores pessoais. Trabalhar para ganhar dinheiro, sim. Mas o que fazemos com esse dinheiro? Qual o retorno que temos disso? Temos tempo para usufruir, ou vivemos para pagar contas e mais contas?”, explica Martins, complementando que os profissionais de RH terão um desafio para contratar e reter esses profissionais que encaram o trabalho de uma outra maneira.

No início da pandemia, as empresas colocaram em xeque a produtividade do seu funcionário em Home Office e não pensaram em como esse indivíduo podia estar vivendo em exaustão, engatando reuniões virtuais uma atrás da outra sem hora para começar e terminando o dia de trabalho sem sentir o apoio das lideranças. Isso fez muita gente repensar. Com o aumento das taxas de vacinação e uma conta bancária mais recheada, em função da economia forçada provocada pelo isolamento, muitos jovens vêm questionando se não é o momento de mudar e ir em busca de trabalhos com mais propósito e liberdade. 

“Enquanto alguns procuram uma nova colocação no mercado de trabalho, outra parcela investe em seus próprios negócios, ou até mesmo estão literalmente no mercado de trabalho”, observa o especialista.

Uma pesquisa realizada pela Microsoft em janeiro deste ano, com mais de 31 mil trabalhadores globais, apontou que mais de 40% estavam pensando em deixar seu empregador este ano. Enquanto isso, nos Estados Unidos, 2,5 milhões de pedidos de abertura de novas empresas foram feitos em 2021 até o mês de maio, o que corrobora com o aumento de investimentos em novos projetos.

A pandemia levou as pessoas a repensarem suas prioridades, e com isso, muitos trabalhadores começaram a questionar o estilo de vida que o trabalho pode oferecer. Percebendo esse movimento, empresas como LinkedIn, Twitter, entre outras gigantes internacionais, passaram a oferecer benefícios visando prevenir a evasão de bons profissionais Para isso, criaram pacotes com folgas remuneradas, dias extras de descanso mensais, e até mesmo férias com despesas pagas. 

“Acredito que teremos que alinhar as expectativas dos trabalhadores com as metas e valores da empresa, caso contrário, as corporações podem perder talentos importantes e que podem trazer danos irreparáveis à sua rentabilidade” finaliza Jorge.

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